quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Retro-visor

 “Hoje em dia nada é mais escasso que o tempo”, disse para si em voz alta e rapidamente fora levada para longe dali. Pensava no passado recente, nas companhias de outros tempos, pessoas que julgou serem viscerais e hoje não encontrava mais.
Partiu para as boas histórias trazidas dos verões passados, nos lugares outrora frequentados, nos símbolos perdidos no obscuro do passado. De repente, teve de volta o que a memória tentou renegar, sentiu necessidade de viver tudo novamente, estava decidida a ligar para a antiga turma e marcar um encontro, quem sabe um final de semana na mesma praia de 7 ou 8 anos antes, todos seriam convidados. Reunião de velhos amigos sempre pendem para o saudosismo, já se via rindo novamente de histórias repetidas e esquecidas, perdoaria antigas mágoas, voltaria a participar da vida dessas pessoas tão queridas, jurariam não mais perderem contato.
Mas o semáforo abriu, a vida seguiu e no sinal seguinte retocava o batom, sem se lembrar o que minutos antes havia visto pelo retrovisor.





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