terça-feira, 30 de novembro de 2010

Coração
PRA CIMA
Escrito em baixo
FRÁGIL

(Paulo Leminski)


*Mensagem recebida agora pouco - 30 de novembro de 2010 às 10:17.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Transbordando vida
Mesmo com toda dificuldade em respirar
Toda subjetiva
Toda água
Das calmas as mais agitadas
Com suas ondas, suas algas e lodos
Mata a sede ou faz afogar...


Laranjeiras - SC

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Zumbi e Palmares nos pertencem









Quilombo vem de kilombo, palavra do idioma mbundo, originário do centro-sul de Angola. Significa acampamento de guerra. Por volta do final do século XVI, revoltas e fugas de escravos ao sul antiga capitania de Pernambuco, deram origem ao Quilombo dos Palmares.
Palmares resistiu por quase 100 anos. Em 1695, um ano depois do ataque militar que o destruiu, Zumbi, o ultimo de seus líderes, foi executado.
A memória de Zumbi dos Palmares vive. Resiste, como sinais de lembranças que, emitidos no nosso passado colonial, não nos deixam esquecer da exploração, da opressão e dos assassinatos cometidos pelas velhas classes dominantes durante a escravatura. 
Essa memória popular, passada de geração à geração, é um importante patrimônio histórico da classe trabalhadora. Sua força foi provada contra a monarquia e depois contra a república dos poderosos, até nossos dias.
Mas Zumbi e Palmares não representam apenas lembrança de uma consciência difusa da violenta exploração e opressão racial durante o regime escravista. Simbolizam a possibilidade e a necessidade da resistência ativa, o protagonismo histórico daqueles que produzem a base material da vida em sociedade. Ontem e hoje,
Trabalhadores e trabalhadoras negras vivem ainda hoje uma realidade desigual: salários mais baixos, maior desemprego e condições gerais de vida e de futuro para seus filhos, inferiores aos demais trabalhadores. O preconceito racial sobrevive como herança transmitida pelos senhores de engenho aos capitalistas. A riqueza produzida pelo trabalho escravo está na origem do capitalismo no Brasil, e a superexploração do trabalho assalariado hoje tem nesse legado um de seus pilares.
A lei da abolição, de 1888, foi uma ação desesperada de uma monarquia em crise, que tentava manter-se de pé. Mas entre todos os abolicionistas da ordem, republicanos ou monarquistas, havia um acordo: o fim da escravidão foi uma iniciativa dos “homens de bem”, uma iniciativa, uma decisão justa, tomada a partir de cima, para o bem dos de baixo.
Pouco tempo antes da queda da monarquia, em 1889, um grupo de libertos de Vassouras, no Rio, fez chegar a Rui Barbosa uma carta.  Exigiam educação pública para seus filhos, e declaravam-se os verdadeiros autores da abolição. O famoso político republicano deixou claro: essa era uma questão nacional já revolvida pelos cidadãos, entre os quais não se contavam ex-escravos.
Com uma história longa, de enfrentamentos, crises e superações, o movimento negro ressurgiu com muita força a partir da década de 1980. Apontou um caminho para além do patamar das teorias da democracia racial e do  "negro é lindo".
Depois de 120 anos do fim da escravidão, a luta contra o preconceito racial é ainda uma necessidade cotidiana que a classe trabalhadora enfrenta. Neste 20 de novembro não temos nada pra comemorar. Vivemos, negros, brancos, índios e orientais, em um acampamento global de guerra pela sobrevivência. Pertencemos, todos, à classe trabalhadora. Somente unidos como classe podemos vencer toda forma de preconceito, opressão e exploração.

Para nós a luta contra o racismo é decisiva, porque sua sobrevivência é decisiva para o capitalismo.

Júlio Dias

Paz Neilor!!!

"Quando seus amigos
Te surpreendem
Deixando a vida de repente
E não se quer acreditar...
Mas essa vida é passageira
Chorar eu sei que é besteira
Mas meu amigo!
Não dá prá segurar..."

Estou voltando do enterro de um amigo, mais que um amigo, o Neilor é um amigo de muitos amigos, de muitas pessoas que me são caras e é sempre doído ver pessoas que a gente ama sofrendo...
O Neilor sempre foi o típico gente boa, um cara tranquilo que não mereceu essa morte estúpida, mas dos mistérios da vida (e da morte) sabemos muito pouco. A unica certeza é que ele deixará saudades em todos que puderam conviver ao menos um pouquinho com essa grande figura.
Certamente você está iluminando outros cantos com seu sorriso e bom humor, mas saber isso não conforta, a saudade é imensa...
PAZ Neilor...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lá estavam novamente
Corpos deitados, levemente embriagados
Ele dormia sonhos calmos,
Não sentia a atmosfera quente que envolvia o quarto
Ela vivenciava outra madrugada de torpor
Sofrendo pela distância dos dois
Buscava sono ou lembranças de momentos vividos no passado próximo
Vez ou outra os corpos seminus encostavam-se
Ela doía ainda mais...

Interfúndios de tempo

A moça viu-se novamente naquela dança
O Tempo com suas peripécias
Moça deslumbrada, deixava-se envolver
Rodopiou e jogou-se de braços e sorriso abertos
Quando voltou em si já estava na ciranda maluca do Tempo
Quis chorar, pensou em morte
Tentou voltar para os antigos rostos amigos
Já era tarde, estava muito longe
Entre voltas percebeu silhuetas e novos rostos
Não podia identificá-los mas sabia-os amigos
Era um novo começo...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sobre o preconceito contra os nordestinos


Dois textos sobre o mesmo tema: O preconceito com que os nordestinos sempre foram tratados em Sp, só que agora em maior evidência, devido à repercussão que esse assunto ganhou durante a campanha eleitoral e principalmente após Dilma ter sido confirmada nova presidenta (eu prefiro assim) do Brasil. Engraçado pensar que foi em São Paulo que o tal de Tiririca ganhou mais de um milhão e meio de votos... mas o texto abaixo fala melhor sobre isso, São textos longos que valem a pena ler






CALEM A BOCA, NORDESTINOS!

Por José Barbosa Junior


A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".
Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...
Ah! Nordestinos...
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”
Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!
José Barbosa Junior, na madrugada de 03 de novembro de 2010.

(recebi por email)

Em repúdio ao preconceito contra os nordestinos em São Paulo

10/11/2010 - 20:06


Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,
Como paulista, me sinto no dever de subir a esta tribuna para manifestar toda a minha solidariedade ao povo nordestino e meu mais profundo repúdio às manifestações de preconceito que pessoas nascidas em meu estado tem manifestado nas últimas semanas, nos mais diferentes espaços e redes sociais da internet, em relação a brasileiros e irmãos que vieram do Nordeste e constroem São Paulo.
O “movimento”, como todos devem ter acompanhado, começou pelo twitter logo após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais. Foi provocado por essa conjuntura, inclusive de maneira totalmente equivocada, porque a candidata do PT venceu não só no Nordeste, mas em Minas, no Rio de Janeiro, em vários estados. Mas sem dúvida é algo que reflete um preconceito historicamente construído em nosso estado, principalmente na capital São Paulo, onde há muito tempo manifestações racistas e de preconceito étnico, regional e de orientação sexual vem sendo tratadas com “naturalidade”, ganhando inclusive pouca visibilidade dos meios de comunicação.
Em cenários como este, a discriminação racial é banalizada e deixa o caminho aberto para incitações à violência e ao ódio de classe, como a praticada pela estudante de direito Mayara Petruso. Como o caso ganhou alguma visibilidade, Mayara agora pode ser processada, mas são incontáveis e cotidianas manifestações desta ordem, que se perpetuam diante da omissão do Estado e da conivência da uma significativa parcela da população paulista.
A gravidade da situação é tamanha que estes cidadãos se sentem à vontade, sem qualquer pudor, para aprofundar seu preconceito e propor ações que beiram ao fascismo. É o caso do grotesco manifesto “São Paulo para os paulistas”, que já conta com milhares de assinaturas na internet. Para seus autores e signatários, então entre as responsabilidades da migração dos nordestinos para São Paulo a alta criminalidade e os hospitais superlotados em nosso estado. São incapazes de enxergar a brutal desigualdade social em nosso país, que força milhares de famílias a deixarem o pouco que tem para traz em busca de alguma dignidade. Tampouco enxergam essa mesma desigualdade como a raiz da violência em todo o Brasil – e não apenas em São Paulo.
O manifesto propõe barbaridades como:
– restringir o acesso a serviços públicos como saúde e educação a pessoas que comprovem residência e trabalho fixo no Estado de S Paulo há pelo menos dois anos.
– acabar com a cobrança de taxas diferenciadas de água, luz e IPTU nas favelas.
– suspender a distribuição de medicamentos gratuitos, de auxílio-aluguel, do programa mãe-paulistana, de quaisquer “bolsas por número de filhos”, de entrega de “casas populares”, de acesso ao “leve-leite”, de entrega de uniforme, material e transporte escolar, de cestas básicas.
– proibir totalmente qualquer tipo de “comércio ilegal”, com apreensão e prisão em caso de reincindência.
E justificam: “São Paulo deve cuidar dos SEUS pobres”.
Atitudes como esta requerem uma resposta enérgica da sociedade, sob o risco de perpetuarmos um terreno fértil para o florescimento da xenofobia e aprofundamento do preconceito étnico-racial e regional em São Paulo, já tão arraigado entre a elite paulista.
A prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito a prisão, previsto pela Lei 7.716 de 1989. A lei define como crime de racismo não apenas a prática, mas também a indução ou incitação à discriminação ou preconceito, e estabelece um agravante se esses crimes são cometidos por intermédio dos meios de comunicação.
O Ministério Público Federal em São Paulo já recebeu representação para apuração do caso, envolvendo denúncia contra 94 pessoas, e a política está investigando de quem é a responsabilidade pelo manifesto. São iniciativas importantes para, desta vez, não nos calarmos novamente e, assim, darmos mais um passo no sentido de reverter essa brutal violação de direitos fundamentais.
E que o exemplo do que agora se passa em São Paulo também sirva para despertar uma reflexão em todo o país sobre os inúmeros preconceitos regionais que nossa nação ainda presencia. Por isso, Sr. Presidente, aqui está a nossa solidariedade ao povo nordestino e por um Brasil sem nenhum tipo de preconceito ou discriminação, um Brasil democrático, soberano, igualitário, com justiça social. Abaixo o racismo e o preconceito.
Muito obrigado.
Ivan Valente – Deputado Federal PSOL/SP

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Que música mais bonitinha!!!

Me deixe, sim
Mas só se for
Prá ir alí
E prá voltar
Me deixe, sim
Meu grão de amor
Mas nunca deixe
De me amar...
Agora
As noites são tão longas
No escuro eu penso
Em te encontrar
Me deixe só
Até a hora de voltar...
Me esqueça, sim
Prá não sofrer
Prá não chorar
Prá não sentir
Me esqueça, sim
Que eu quero ver
Você tentar
Sem conseguir...
A cama agora
Está tão fria
Ainda sinto o seu calor
Me esqueça, sim
Mas nunca esqueça
O meu amor...
É só você que vem
No meu cantar, meu bem
É só pensar que vem
Lararararará!...
Me cobre mil telefonemas
Depois, me cubra de paixão
Me pegue bem
Misture alma e coração...
(Grão de Amor - Marisa Monte e Arnaldo Antunes)