segunda-feira, 7 de março de 2011

O cinza daquele lugar não lembrava em nada o multicolorido da casa dos pais, onde provavelmente agora seus filhos estariam enchendo o ambiente de barulhos infantis.
O Frio e o silêncio assustavam e espantavam qualquer possibilidade do sono se aproximar, apesar do corpo reclamar cansaço. Os pensamentos sombrios completavam o quadro de horrores que pintou naquela madrugada.
Começou a pensar nos motivos que a levaram a se envolver nessa trama de jogos perigosos, e não soube responder qual das razões medíocres fez esse pesadelo virar realidade. Não importava quem era ela, era só um corpo abandonado no escuro de uma cela, esperando.
Não perdeu apenas a liberdade, mas a voz da família, as brincadeiras com os filhos, a cerveja de domingo, suas canções, seus amigos, seu cobertor. Que nesse momento fazia falta tanto quanto tivessem amputado-lhe um membro do corpo.
Se pudesse dormir, talvez ao acordar tudo estaria acabado, se reviraria na cama quente, desceria as escadas e tomaria um copo d´agua para esquecer o sonho ruim desta noite. Mas quando se vive um pesadelo acordada não há escapatórias, teria de suportar o próximo dia que já despontava e tudo que estava por vir, e ela nem imaginava...

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